Adelaide Ferreira mostrou na noite de sábado que continua a ser uma das melhores vozes da música portuguesa. O ESCPORTUGAL esteve no concerto realizado na Vila do Luso.
Quando Adelaide Ferreira entrou na majestosa sala do chamado Coliseu do Luso (sala que deixou há muito de ser casino, mas que mantém o nome) ficou maravilhada com a arquitetura e com o estilo Arte Nova datado do século XIX e que retrata a Belle Époque que se vivia em Portugal. Dispensou cantar no palco, preferindo interpretar os seus temas em baixo, mais perto do público e para melhor usufruir deste espaço tão nobre.
Durante 90 minutos do concerto da noite do passado sábado, fria da Serra do Bussaco, a atmosfera ficou bem mais quente graças à energia de uma cantora que todos nós nos habituamos a ver e a ouvir, há mais de 40 anos de carreira desta artista. A cantora não escondeu a emoção de poder partilhar os seus temas, os mais recentes e os de sempre, junto de um público de todas as idades. E foram poucos aqueles que os não conheciam de cor e salteado.
O concerto começou com os sons tropicais de “Como encontrar o amor”, tema dos anos 80 mas que muitos recordavam e com o qual não hesitaram em dar um pezinho de dança. Dos anos 80 passámos para “Não és de ninguém”, incluído no último álbum editado em 2011. Antes de entrar no terceiro tema, Adelaide começou por mostrar uma faceta apenas conhecida por aqueles que a seguem nos espetáculos e atuações: um lado “brincalhona” e de interação constante com o público. O mote para “Fala-me de ti…” uma balada intemporal com Adelaide a interpretá-la com muita emoção e sentimento. O primeiro grande aplauso da noite.
Apesar de não ter apresentado “Penso em ti (eu sei)”, tema com o qual representou Portugal na Eurovisão 1985, um outro clássico do Festival da Canção fez-se ouvir no Luso: “O vento mudou” imortalizado por Eduardo Nascimento em 1967 e que, aqui, Adelaide apresentou com uma roupagem diferente ao estilo que só mesmo ela saberia interpretar.
Outro grande momento da noite: “Papel principal”, tema dos anos 80, talvez o maior sucesso algum dia escrito por Tozé Brito. O público, em pé, viajou com a cantora a mais um dos maiores êxitos de sempre da música portuguesa. “Tive o privilégio de cantar esta canção pela primeira vez há mais de 25 anos e, até hoje, ela nunca mais me largou”, disse emocionada. De uma balada passando para os blues com “Adeus” e para um ritmo mais eletrónico com “Caminho pra casa”, ambos do último álbum. Fernando Girão também mereceu uma palavra especial, autor do tema “Faz-me de novo acreditar”, tema incluído no álbum “Sentidos” lançado em 2000. Antes do final, não podia faltar “Dava tudo”, uma versão nova do tema original de 1989.
O final foi ao estilo bem roqueiro com “Trânsito”, tema incluído no lote de primeiros grandes sucessos irreverentes da cantora. Adelaide Ferreira não se fez rogada: cantou, dançou e quase partia a louça toda, dando razão àqueles que a apelidam como a mais importante voz feminina da história do rock português.
90 minutos depois, já depois do fim do concerto, Adelaide teve de voltar, respondendo assim a tantos pedidos do público que não arredava pé. E o fecho não podia ser mais apoteótico: De novo “Dava tudo”, cantando pelo meio do público.
Foi assim uma noite de emoções e recordações com Adelaide Ferreira. Quem sabe se não a vamos ouvir num Festival da Canção perto de si...
Fonte e Imagens: ESCPORTUGAL / Vídeo: YOUTUBE - ESCPORTUGAL
Linda reportagem. Vi a Adelaide Ferreira há muitos anos em Lausanne, adorei!!! Tem uma grande voz. :)
ResponderEliminarAinda bem que está de volta!
ResponderEliminarAdelaide Ferreira continua a ter um potencial vocal enorme,mas deixa-se levar pelos improvisos e devaneios vocais de tal modo,que o resultado final e ,tecnicamente falando, defeituoso. Continuo a preferir a Adelaide "roqueira" a Adelaide das baladas,ou melhor prefiro a Adelaide pre-OTI.Gosto muito dela.
ResponderEliminarA Adelaide entrega-se de tal modo quando interpreta que parece que entra noutro planeta, noutra galáxica. :) Via-a ao vivo há uns anos no Casino do Estoril e era impossivel desgrudar os olhos dela. Vejo no video que ela continua igual! E, sim, adoro os improvisos dela e acho qus isso faz parte do seu ADN não sendo nada defeituoso. Só mesmo quem nunca a viu ao vivo é que pode dizer isso
EliminarJ a vi a Adelaide ao vivo, no periodo pre-OTI e gostei. Para mim garra e entrega sim, mas sem prejudicar o lado tecnico. Como exemplos a Mariza(ja vi 3 vezes ao vivo) e a Sara Tavares (igualmente 3 vezes vi-a ao vivo). Entregam-se ,mas com controle.
EliminarPeriodo pré-OTI estás a falar de algo que aconteceu há mais de 31 anos?!? Como é que consegues dar a tua opinião dessa forma, tendo em conta algo que aconteceu há mais de 31 anos?!? E comparar a Adelaide com uma fadista e com a Sara Tavares, de estilos tão dispares?!? fantastico........
EliminarToda a gente tem daqueles dias assim... tal como canta a Filipa Azevedo. Whatever...
EliminarPronto,agora fiquei a saber q pra se avaliar um artista tem de ser ao vivo.Estamos sempre a aprender.Mas pr a ir a espetaculos tem de se ter dinheiro. Problema grande e mau.
EliminarPedro Carvalho-Adelaide,Mariza,Sara tem todas as tres em comum o facto de cantarem com a alma, umas mais tecnicamente corretas que outras,e nem ha motivo para manter os artistas em compartimentos estanques.Mariza canta tbm jazz e Jobim.Atualize-se!
EliminarAnónimo 14.38 ou RG: conheço-as e já tive a sorte de as ver ao vivo. Nem sempre é preciso ter dinheiro, pois ha concertos de borla e outros muito baratinhos. O que eu critiquei no teu comentário fores avaliar uma artista de forma tão rude com base em algo que viste há mais de 30 anos. Só isso! Aliás, já não é a primeira vez
EliminarPedro alias parece-me que entendeste mal o que eu disse. A unica vez q vi a Adelaide ao vivo GOSTEI IMENSO. Era a chamada Adelaide "danada do rock". A Adelaide das baladas e que ja nao me agradou tanto,sendo o q eu chamo de periodo post-OTI. Mas e so o meu gosto,nada mais..
EliminarPedro,creio q te referes com o "ja nao e a primeira vez" aquela questao da revista a portuguesa.Agora ha no youtube imenso material.Tenho visto e nao gosto. Pode-se avaliar sem estar presente ao vivo,sobretudo quando nao se e uma pessoa de ser levado pelo ambiente ao vivo(como eu).
Eliminar"Quem sabe se não a vamos ouvir num Festival da Canção perto de si... "
ResponderEliminarHein?!?
Muito bom!!! Parabéns à Adelaide por ser esta força da natureza!!!
ResponderEliminarPS: Que fixe o escportugal ir a concertos em todo o país, e não só em Lisboa
A Adelaide está na minha restrita lista de BEST OF Made in Portugal, como voz eclética, polivalente e enérgica. Adelaide e Dulce Pontes estão no Top . Muito abaixo, posiciono a Rita Guerra ou a Mariza.
ResponderEliminarOuvi a Adelaide ao vivo tanta vez, mas tanta vez, que **. Adoro a sua música, adoro a personalidade, adoro adoro adoro. Mesmo estando ela agora um pouco **, continua a ser a melhor roqueira e baladeira de Portugal de sempre! A versão dela de "O vento mudou" não é nada nova (http://en.wikipedia.org/wiki/Sentidos) é de 2000
ResponderEliminar